terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sousa Lopes - Um pintor português nas trincheiras

Destruição de um obus - 1925, óleo sobre tela, 470 x 298 cm,
Museu Militar, Sala da Grande Guerra, Lisboa, Portugal


Vejam o link para matéria do jornal Público:

domingo, 5 de setembro de 2010

Os Tigres Azuis e o Burrinho

Estátua de Platero por Leon Ortega, no museu J.R. Jiménez (Moguer, Espanha) - wikipedia

Durante uma curiosa estadia em Buenos Aires, em uma das incontáveis livrarias da cidade, deparei-me com duas pequenas jóias da literatura: Os Tigres Azuis de Jorge Luis Borges (link para o texto em espanhol) e Platero y Yo, de Juan Ramon Jimenez (link para o texto em espanhol). Borges eu já conhecia, e muita influência teve na minha juventude e formação. Já os poemas em prosa do poeta andaluz eram completamente desconhecidos para mim, e mais uma vez fui surpreendida pelo tamanho da minha ignorância: o homem ganhou o prêmio Nobel de literatura! Não sei como esse poema que já foi traduzido diversas vezes para o português me passou despercebido por tanto tempo. Talvez esteja demodé, sei lá. Esse pequeno livro dedicado às crianças, surgiu agora numa nova edição bilingue:

Platero e Eu
Juan Ramón Jiménez
Trad.: Monica Stahel
Ilustr.: Javier Zabala
WMF Martins Fontes
296 págs.

Já estava há algun tempo pensando em divulgar este livro no meu blog, quando vi esta edição em destaque na vitrine de uma livraria perto de casa. Coincidentemente o Globo publicou hoje uma matéria sobre a falta de água encanada nas zonas rurais do Brasil, e conta o drama de uma família em que as crianças saíram da escola devido às diarreias constantes e ao cansaço de carregar água em baldes, perdendo assim a única fonte de renda de todos, o bolsa-família. "Depois da sede, a fome". A reportagem é ilustrada com a foto de uma das crianças carregando um burrinho ao colo, talvez na esperança de que o burrinho um dia possa carregar a água para eles e assim possam voltar a estudar. Como dizia o meu pai, a humanidade não mudou nada. O livro, de 1914, continua mais do que atual, o paralelo entre a pobreza da Andaluzia no início do século passado e alguns recantos do Brasil em pleno século XXI é evidente.

(fonte: revista Cult)